Uma ideia ousada: vai contra tudo e contra todos - eviltoast

essa ideia começou a me remoer, e provavelmente nunca sairá do papel, mas eu imagino ela cada vez mais e mais necessária. eu imagino que este post englobará mais do que a esquerda, mas este foi o melhor lugar que encontrei para isso. esta publicação é, primeiramente, um chamado enorme de atenção do fediverso.

a questão

o Alexandre #Linck citou que acha que a esquerda deve fazer uma “Netflix” — uma plataforma paga de conteúdo, e unir todo o pessoal da esquerda, mesmo os que não se dão bem, largar as brigas de lado e se unir, unir seu público para uma mega-plataforma.

mas em tempos de ameaça à democracia, com a ultra-direita dominando várias porções do globo, acho que devemos ir além de esquerda, além de política. acho que devemos tentar convencer qualquer pessoa a criar conteúdo para essa suposta plataforma — desde que ela seja em pró da democracia, expressadamente, que não defenda quem tentou dar um golpe no nosso estado, quem não defenda nazistas, e fascistas.

e além de política: acolher quem foi ferrado pelo algoritmo do YouTube, o caso que mais lembro agora são animadores, que demoram para produzir esse conteúdo. a diversidade pode trazer mais gente par a plataforma se não for marketada como “Netflix de esquerda/política”.

outro ponto: esse serviço não deveria usar código proprietário. isso daria mais poder a quem detém o código, e afastaria o povo que usa código aberto.

mais um ponto: a princípio, deveria ser um projeto barato, de financiamento coletivo, e que valoriza seus criadores de conteúdo. também deveria ser transparente: dizer os gastos e lucros publicamente, de forma compreensiva, como o Ecosia faz, por exemplo.

a missão

na parte técnica, precisaríamos de um sysadmin, alguns programadores para criar ferramentas para esse sistema de streaming (imagino um fork do Jellyfin, mas os programadores que saberiam o que fazer), e fazer de tal modo que deve para cobrar

na parte financeira, precisaríamos de um financiamento coletivo razoavelmente grande — pelo menos para pagar as despesas iniciais e por uns bons meses

da parte social, precisaríamos convencer qualquer produtor de conteúdo, seja música, podcasts, vídeos etc a produzir conteúdo exclusivo — e a convencer a ficar, com um pagamento justo da parcela paga

além do mais, a medida de crescimento, financiar projetos mais sofisticados

os obstáculos

temos, além dos desafios do tópico anterior, alguns problemas sobre a implementação:

qual programa de mídia deveríamos usar/forkar?

como garantir que a distribuição monetária seja justa? como impedir o monopólio (poder único) do conteúdo em um servidor controlado por uma única pessoa? a ideia inicial que tenho é que qualquer um que participasse do financiamento coletivo, e os próprios produtores de conteúdo, pudesse tomar decisões sobre o projeto pelo mês contribuído, isso incentivaria doações a um projeto que cobra.

imagino que o valor cobrado deveria ser, no melhor dos casos, menos de 10 reais.

mais argumentação

sua grande ideia para ajudar a democracia é uma Netflix?

olha, temos uma guerra cultural em excedente, e ficar dependente de plataformas tendenciosas a espalhar mentiras, a visualizações rápidas, viciantes e conteúdo inflamatório, para expôr as idéias, não ajuda.

mas vai cobrar?

“Netflix” é um atrativo, um YouTube nem tanso, porque preço dá um tom de chique num produto, não é à toa que Apple é a empresa mais valiosa do mundo, e não a Alphabet (Google). a intenção é ser acessível através de um preço baixo. anúncios não são tão sustentáveis, além de nocivos à privacidade, e se basear 100% no apoio comunitário se prova difícil até para programas livres e populares, como o próprio Krita e Blender.

sua opinião

o que acha? como acha que daria para fazer um sistema assim e comunitário, em plena contradição? o objetivo desta publicação é mais, além de unir o fediverso, ampliar para a discussão, ver como encontrar pessoas que saberiam fazer, planejar, planar o bolo.

fim do texto e remoendo final

eu só consigo imaginar que este texto falhará, e que eu só estou ecoando e pensando em algo que parece inimportante para vocês, como muitos de vocês deve gritar internamente a vários absurdos no nosso mundo.

eu sei que aqui não é o melhor lugar para falar isto, mas sinceramente, não sei mais onde é, não há muitos espaços, e é esse justamente o problema que impulsiona o texto.